Diabo solto, ou anjo mal humorado… Um não fazer, não presença, ausência mesmo. Gosto de ambos. E também de Torres. Cidade de arranha céus, de calçamento difícil, cafés, livrarias. Da ideia de ser gente grande… Lotéricas e padarias, sorveterias, e moda! Gosto desta âncora de prazer. Mas não esqueço antigos verões! Das festas, do cinema, dos namorados, das rainhas e das princesas, das gincanas, do Luis Augusto, e do azul profundo… Do tempo de dançar! Boate Marisco e a Tatuíra… De jogar cartas no meio da tarde. Tomar sorvete na taça, e comer filé com fritas no Hotel da SAPT. Das barracas coloridas fincadas na areia, enfileiradas. Dos desfiles de chapéus: lenços, bolsas de palha e saídas de praia. Dos antigos pijamas de seda combinantes. Foto branco e preto. Caminhadas na beira do mar, certeiras. Exibidas ou tímidas. Tudo Torres, mesmo sem as grandes dunas de areia, mas dos molhes no rio Mampituba, os restaurantes que já se imaginam sofisticados. Muita cerveja, pizzaria Manjericão, a caipirinha, os barcos de pesca e as lanchas. A ponte pra Santa Catarina. E não estou descrevendo os banhos da tarde na Guarita, e nem o golfe no morro, nem o Farol antigo, e o cemitério lá em cima… A estrada difícil, as três balsas, poeira, distância, latas de bolacha, de leite condensado, de goiabadas e das flores! Não é saudade, mas Torres da Lagoa do Violão! Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2013 – Torres
S.A.P.T. – Sociedade Amigos da Praia de Torres.

